
O EXERCÍCIO DA POLÍTICA
É indiscutivelmente uma actividade necessária e imprescindível na condução dos destinos de uma Nação. È um trabalho que normalmente é entregue aos mais capazes, quer do ponto de vista intelectual quer do ponto de vista dos respectivos desempenhos, já testados e efectuados, com provas dadas.
Depois, é preciso ter em atenção, que é um exercício de sacrifício, de desgaste pessoal, mas simultaneamente de honradez mesmo, porque o País está primeiro e é preciso dar-lhes do melhor e cito, como exemplo, os entusiásticos debates de ideias na Câmara dos Deputados, no século XIX, entre Garrett e José Estêvão, que constituíram o que de mais nobre se fez em política em Portugal, havendo outros, claro, como as conferências de Casino, proferidas pelos Vencidos da Vida, com Antero, Eça, Oliveira Martins, Junqueiro e Ramalho.
Estes homens que atrás cito, mesmo que por vezes em desacordo, bateram-se pelos ideais pátrios com dignidade (como por exemplo o frente a frente, à espada, de Antero com Ramalho, no Porto), dando os primeiros passos na caminhada do debate político no nosso País.
Vem isto a propósito do artigo do jovem Marco António, onde refere a falta de líderes no PSD, que por sinal é o partido onde exerce a sua actividade política, parecendo-me lógico a mim, que esse assunto fosse discutido internamente.
E pelos vistos não foi, o que obrigou Marco António a vir reclamar isso para o exterior, onde, ao que parece, foi sincero, o que dentro do partido, não seria, teria que dizer coisas que não queria, tornando-se num, por isso, elemento insincero. Aconteceu isso com António Arnault, que disse ter saído da política, para não ser insincero. Marco continuou.
Destes comportamentos distintos, penso ser importante recordar, que, o que se passou na Primeira Republica se está a passar agora, o que, em princípio, tornaria mais fácil o desempenho político de certos partidos se se lembrassem que em 1910 caíram no Rotativismo ( o termo é de João Franco) querendo dizer que os programas dos principais partidos políticos, o Regenerador e o Republicano, eram semelhantes e a coisa deu no que deu.
Os actuais deputados da AR deveriam ter estes factos bem estudados e arranjar soluções, mas não as arranjam. Por outro lado, deveriam lembrar-se que Sócrates bebeu a cicuta, para se livrar dos ignorantes, que é onde parece estar o mal disto tudo.
Inclusivamente nos deputados.
Texto de
JBS