quinta-feira, 4 de março de 2010

ESTUDAR E JOGAR À BOLA

H
Henrique GAGO


PONTO DE VISTA

JOGAR À BOLA E ESTUDAR

È difícil. conciliar. Todavia, a Associação Académica de Coimbra, conseguiu ter na sua equipa de futebol, anos 50, hoje não sei, atletas que foram excelentes praticantes da modalidade, que frequentaram a Universidade com muito bom aproveitamento e obtiveram mais tarde licenciaturas.


Venho pegar neste assunto, porque o homem de hoje, seja em que profissão for, tem que se constituir como uma mais valia para a sociedade em que vivemos e trazer-lhe a honradez que ela não tem e não sei se alguma vez teve. O comportamento humano, nos dias que correm, assenta mais na base dos valores negativos, como a inveja, a injustiça e outros em detrimento da amizade, dignidade e solidariedade, que deveriam ser a base do relacionamento humano.


Não quero deixar de lembrar aqui o comportamento de Sócrates, o filósofo grego, que, podendo fugir do cárcere não o fez e preferiu tomar a cicuta, simplesmente, para se livrar dos ignorantes, como ele disse, que é onde está o mal da sociedade actual, na IGNORANCIA. E as pessoas ainda não se deram conta disso.


Jogar bem à bola e estudar, ser bom aluno e bom jogador de futebol, é o privilégio de alguns, não muitos, mas há alguns praticantes que conseguem esse patamar, enquanto outros não.


Trago para dentro deste artigo os nomes de dois jovens, miúdos ainda, mas que parecem ter uma noção real da vida mais efectiva, parece que perceberam o que é isso da vida mais cedo do que ouros. E ainda têm tempo para brincar com os primos.


Henrique Gago Belo, que vive em Albufeira, é um aluno de nota máxima e apaixonou-se pela prática desportiva, futebol, nomeadamente, frequentando a Academia de Futebol do Alto da Colina em Albufeira e, disse-me o treinador, é um atleta com grande potencial e grande margem de progressão. Joga a central.


Outro miúdo de grande talento, é o Manuel João Poeira Fernandes, de Olhão, neto do jogador do Sp. Olhanense dos anos 50, Manuel Poeira, que, tal como o avô, é distribuidor e pensador de jogo, frequenta as escolas do Sp. Olhanense e é também um aluno de nota máxima.


Em princípio haverá outros talentos.


O que quero destacar aqui é o trabalho de apoio do agregado familiar, dos treinadores, das estruturas disponíveis, sem o qual estes jovens não poderão ir longe. È importante ensinar-lhes a eles, que já demonstraram ter aptidões para aprender, que a vida tem regras e que é preciso cumpri-las. E porque queremos uma sociedade melhor, aqui lhes deixo um pedido: - que sejam dignos e justos para convosco e com os outros. E estudem, porque a ignorância é o maior inimigo do homem.


Deixo aos jovens deste País um abraço, porque tenho esperança num futuro melhor e sei que são capazes.


JOÃO BRITO SOUSA
jbritosousa@sapo.pt
nota- este artigo foi publicado no jornal O OLHANENSE