sexta-feira, 30 de julho de 2010

O APARECIMENTO DO PALÁCIO DA BOLSA


(Juntina da rua dos ingleses)


O local de reunião de gente ligada ao mundo do comércio, onde se podia comercializar e fazer comercio, que tradicionalmente acontecia fisicamente em espaços urbanos e a partir do pregão a viva-voz a designação de “praça” anda em paralelo com a de “bolsa” e têm em comum o fim.

Em termos históricos, e apesar de se ignorar a data, sabe-se que a “bolsa” do Porto foi oficializada por D. Dinis e reestruturada em 1387 por D. João I. A reestruturação feita por D João I deu origem à “Casa da Bolsa do Comércio” que se localizava na actual Rua do Infante que, à época, era designada de Rua Formosa.

Com o desaparecer da Casa da Bolsa do Comércio os mercadores portuenses viram-se obrigados a discutir os seus negócios ao ar livre, na Rua dos Ingleses, passando a “bolsa” a chamar-se de Juntina ou Juntina dos Ingleses: a congregação que nos finais do Séc. XVIII reunia os homens de negócios do Porto para defesa dos seus interesses

A crise económica e institucional em Portugal continental agrava-se com a permanência da corte portuguesa no Brasil, o que fortalece as ideias liberais no país, conduzindo à Revolução do Porto (1820). A mudança para uma ideologia essencialmente burguesa, se já é demonstrada por Pombal, é devidamente incrementada pelo Sinérdio portuense, doutrinado por homens de leis e de negócios, e que funcionou como motor à revolução liberal de 1820. É o Vintismo que promove o retorno do soberano à Europa (1821). Neste período a situação económica de Portugal é agravada com a independência do Brasil em 1822 sob a liderança do futuro Imperador D. Pedro I (D. Pedro IV de Portugal: primogénito de D. João VI).

Todo este quadro de instabilidade centraliza-se na cidade do Porto e depois das lutas externas o combate interno continua a sacrificar o país.

O Paradigma entre o ancient régime e o liberalismo em termos sociais e ideológicos intensifica-se após a morte de D. João VI em 1826. O jovem príncipe D. Miguel personifica a monarquia plenipotenciária e absolutista em oposição a D Pedro, a personificação do regime liberal vigente pela Carta Constitucional de 1822.

É nestas lutas que em 24 de Julho de 1832 se dá o incêndio do convento de S. Francisco que, exceptuando a igreja, ficou reduzido a uma ruína.

É nesta nova sociedade que se alicerça o novo regime “uma burguesia de barões e financeiros”, onde o mercado comercial e monetário se vê a braços com as necessidades da sua regulação perante a lei; e é com esse objectivo que é estrategicamente fundada a 24 de Dezembro de 1834 o sucessor da Juntina: a Associação Comercial 20.


Texto retirado (adaptado) da net, por
João Brito Sousa

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