segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O IMPORTANTE É VIVER

O MEU PRÓXIMO LIVRO

Tem o título acima. Acho uma história interessante. Vou colocar aqui um pouco para que alguém observe comente.

Aí vai:

As aldeias e o seu estatuto de zona interior, sempre tiveram as suas preciosidades humanas, os seus actores, poetas e outros artistas, figuras de extraordinário relevo e cheios de originalidade, com os seus encantos e desencantos, as suas paixões, exacerbadas às vezes, as suas traições e atitudes corajosas de nobreza e carácter.
Penso que os poetas e prosadores, ou os pintores literários, como lhes chama Balzac, se interessaram por essas cenas da província e escreveram sobre estas personalidades, porque perceberam ter aqui um manancial de ideias a explorar.
Levar uma junta de novilhos ao arado, observar o nascimento de uma cria, cavar um canteiro ou colher um fardo de feno pelas manhãs, aproveitando as branduras que vêem das geadas iniciando-se assim os trabalhos do campo é, terreno para os poetas e também escritores ou, á primeira vista desprovidas de interesse, mas de enorme postura social.
Para isso, exige-se rigoroso conhecimento e saber, se se quiser devolver a tais quadros sociais a sua natureza autêntica, aparentemente vazia, mas que, depois de examinada, nela se encontrarão aspectos bem cheios e ricos de um enorme humanismo.
Entre nós, Júlio Dinis e Camilo Castelo Branco preocuparam-se mito com isso, tendo este último pedido à esposa, Ana Plácido, que esperasse pelos obreiros no regresso do campo, para ter com eles meia hora de conversa junto às levadas lhe levasse as novidades.
As aldeias esquecidas e os seus valores artísticos a surgir..
Nessa tarde, a aldeia estava chuvosa e o dia triste. Dia sem esperança, negro como a plumagem duma toutinegra, céu carregado de promessas de chuva, o que levou o Joaquim Aleixo a recolher o gado mais cedo, porque diziam os antigos, que as ovelhas quando pressentem a chuva que está para chegar, ficam endiabradas.
- Já vais guardar o gado ó Quim, perguntou-lhe o Zé Costa que tinha acabado de sair de casa e o encontrou na estrada.
- Sim, vou, o gado quando “adivinha” chuva, torna-se bravio, disse o Quim. Além disso, há pouco pasto prós animais, sabes, por isso vou recolher e estender por aí um pouco de fenos e palha e está o assunto arrumado. Onde vais?
- Vou até ao Largo, ver se o pessoal está por lá, disse o Costa.
- Então vai que eu já lá apareço....
Quando o Zé Costa chegou ao Largo, verificou que o ambiente não era como noutros tempos, alguma coisa se passava e notava-se isso plenamente nos semblantes de cada um dos presentes. E perguntou ao Joaquim Amaro o que é que se estava a passar.
- O que é que há ó Joaquim? A malta está em baixo, que raio é isto, indagou o Costa.
- Morreu o Cheta e o funeral é hoje, disse o Joaquim Amaro.
- Quem é que morreu, Joaquim? voltou a perguntar o Costa.
- Foi o Lázaro, o maltez das herdades, repetiu o Amaro.
- Mas então o que é que aconteceu, perguntou ainda o Costa.
- Não sei, parece que não quis viver mais ...dizem que foi traído pelo amor. Uma espanhola que não o quis. É que se diz por aí, disse o Joaquim.
- Não o conheci bem, referiu o Costa. Ó professor, o senhor conheceu bem o maltez?

JOÃO BRITO SOUSA

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

POESIA


É uma forma especial de sentir e observar. O poeta transcende-se e tem uma forma diferente de ver as coisas. O POETA vive na esperança do amanhã. A vida é esperança e futuro.


A POESIA E EU.

Temos um relacionamento simpático. Ajudamo-nos um ao outro. Eu ponho as ideias, a forma, a mensagem, a melodia e o ritmo. E cá vamos vivendo. Mastenho muito que aprender.


A POESIA


Dá-nos a possibilidade de sonhar
Mesmo nas manhãs em que tudo é escuro
E a gente passa por cima
E sorri…

Eram quatro da madrugada
E vim ver o sol
Que pensava já ter chegado
Estava enganado
Porque eras tu que tinhas
Surgido.

E fiquei feliz.


João Brito Sousa

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

CARTA DE UM AMIGO

SÁ DE MIRANDA


CARO BRITO SOUSA:

Contatempos vários fizeram com que só agora, tardiamente, do que peço me desculpes, esteja acusando o recebimento do teu e-mail, com trabalho e fotografia, cuja atenção agradeço. Quero contudo, em primeiro lugar, felicitar-te pelo teu invejável curriculum, revelador de uma vida muito activa e de um espírito inconformado e sempre em busca.

É um dado adquirido que a leitura que se faz de uma obra de arte envolve, em geral, sempre algo de subjectivo. O grau de conhecimento e o critério de gosto dos que a observam variam, o que leva a que o juízo que dela fazem seja díspar. Só obras geniais se impõem a todos, ... e mesmo assim há excepções. Dada a natureza muito peculiar da arte poética, esta, ainda mais sofrerá com essa subjectividade, tratando-se de uma matéria em que se misturam ideias com sentimentos porventura muito íntimos.

A imprecisão, ou melhor, a dificuldade da sua interpretação poderá, entre outras causas possíveis, ter origem na não captação dos valores ideológicos incorporados pelo autor, na falta de conhecimentos técnicos de avaliação adequados ou ainda pela boa ou má vontade de quem opina.

Daqui se infere que só um crítico abalizado e isento se poderá aproximar, em sua apreciação, da qualidade e dimensão cultural de uma obra. Ora eu que já só sou um silencioso soletrador de alheia literatura e tímido amante da poesia, sinto-me lisonjeado com o teu pedido, mas aquém de poder dar-te a douta opinião dos académicos.

O que eu sei desta "costura" são uns pontos que mal me dão para eu ir cosendo os meus botões. Todavia, não quero deixar de tentar corresponder às tuas expectativas. Não duvido, em absoluto, da pureza dos sentimentos que vertes em teus versos; pois eles espelham como te preocupas e és amigo dos que te são e foram próximos, testemunho de que, em ti, amizade e solidariedade não são palavras vãs.

Os teus anseios pela reposição dos cada vez mais desprezados valores de civilidade, desta sociedade em que sentimos o homem resvalar, são mais um sinal indicador da tua boa alma. Contudo, o exercício da poesia não se prende só às ideias e à sensibilidade do poeta, mas também, em boa medida, à forma subtil e harmoniosa como ele conjuga as palavras que modelam a expressão do seu verso.

Conseguir obter este desiderato aliado à motivação de bons temas será a melhor forma de alegrar as musas e contentar o vate. O poema pode acontecer num momento de inspiração, mas não é fácil. Normalmente precisa de "estagiar" na gaveta, para que depois de um certo distanciamento, o seu autor o ratifique ou depure, para assim, com mais convicção, puder confiá-lo ao seu incerto destino.

No caso particular das tuas composições penso que não te deves facilitar. Parece-me que denotas impaciência: "O que está feito está feito, saiu, não há mais voltas dar-lhe". Por vezes a simples troca de uma palavra ou ajuste de uma expressão, pode dar ao poema a chispa que porventura lhe faltava, valorizando-o.

Aprecio nos teus versos a sua temática sempre generosa, pondo a descoberto a motivação da tua sensibilidade. Porém, acho não deixar de ser ousado fazeres incursões por áreas em que delibera damente não pensas respeitar-lhe as regras. Aceita este àparte: não quererás fazer erguer do túmulo Sá de Miranda; o introdutor em Portugal da poesia clássica, trazida do renascimento italiano por alturas do século XVI ?

O "decassílabo heróico", verso mais utilizado no soneto, não dispensa a métrica e a acentuação tó nica, pois aí se desenha o ritmo ou linha musical do verso, brotando da sua própria estrutura silá- bica. Temos em Portugal obras de elevado valor poético; desde a poesia medieval trovadoresca até à poesia contemporânea.

Os nossos poetas, reconhecidos, ombreiam com os melhores. Sonetistas então são imensos; raro será o poeta que não praticou ou pratica o soneto para se testar a si próprio. Camões, Antero, Florbela, Bocage são talvez os mais significativos desta modalidade. Será sempre de proveito e bom gosto uma visita às suas obras para ver e tentar captar a forma como eles fabricavam os seus geniais "produtos".

Caro Brito Sousa, tens à tua disposição uma panóplia imensa de formas em que poderás verter essa veia poética que desejas (e deves) expressar. Como sabes e é sabido as modalidades clássicas têm "espartilhos" que é necessário observar. Penso que o poeta só deve dar a conhecer a sua poesia, nesta área, depois de se sentir técnicamente apetrechado.

Caro Brito Sousa, quero que saibas que o respeito que o teu trabalho me merece podes medi-lo pelo tamanho da sinceridade com que escrevi estas linhas.

Um abraço.
Aurélio Madeira

PS - Obrigado meu Mestre.

A MINHA POESIA

O MEU LIVRO DE SONETOS


SONETOS IMPERFEITOS,


É o título do livro que escrevi. Escrevi-o consciente das minhas limitações de autor. Todavia, atrevi-me a isso, porque queria deixar alguma coisa escrita aos amigos e familiares.

A poesia, para mim, é gostar. Um texto pode mesmo ser prosa, mas se me encantar entra no campo da poesia. Porque a poesia é possuída de uma linguagem fresca, atraente e que nos dispõe bem.

A poesia é uma forma de ver derivada da necessidade de observar que o poeta sente. Em primeiro lugar a pessoa é possuída de uma maior ou menor capacidade de ser diferente. Depende da sensibilidade que a sua alma contiver.

A pessoa observa e até pode treinar essa vocação se dispuser dela.

Nessa etapa da vida deve sentir-se feliz pelo que faz. Não quer dizer que os poetas sejam todos felizes . Um poeta poderá estar de bem com a vida e também estar de mal com a vida, revoltado com isto ou com aquilo.

Cada situação a seu tempo, obviamente.

O poeta sente necessidade de transmitir qualquer coisa. E não pode deixar de fazê-lo.
E essa mensagem que quer transmitir acompanha-o sempre. Tem de partilhar.


UM POEMA PODE SER ASSIM,


Olho através da vidraça e vejo
Duas pessoas que gesticulam, talvez conversem
Se a vida fosse uma escola,
Aprendíamos todos
E seríamos melhores pessoas

Que é o que nós queremos
No fim de contas
Viver.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CULTURA






Prof. JCVM
Prof. JCVM
Ou a cultura de uma pessoa, é aquilo que cada um de nós ainda sabe depois de ter esquecido tudo quanto aprendeu. Era assim a definição de cultura, mais coisa menos coisa. A gente estudava, esquecíamo-nos um pouco daquilo que tínhamos aprendido e o que sobrava, constituía o nosso património cultural.

Mas isto era o que eu pensava ser cultura, antes de conhecer os trabalhos do Professor Doutor José Carlos Vilhena Mesquita, um professor Universitário nas Gambelas, radicado em Faro mas, natural de Vila Nova de Famalicão,

Não conheço o Professor pessoalmente, nunca estive em sua presença, apenas o tenho contactado através das coisas da literatura. E às vezes trocamos umas ideias sobre determinados assuntos. Para quem não o conhece, quero dizer aqui, que, em minha opinião, o Professor Doutor JCVM é um homem da cultura farense, com a agravante de não ser natural da cidade, dispensando-lhe todavia grandes períodos de estudo e investigação.

Ler os artigos do Prof nos seus blogues, http://algarvehistoriacultura.blogspot.com/ ou http://promontoriodamemoria.blogspot.com/ é conhecer melhor não só a cidade mas sim toda a região algarvia em muitos dos seus aspectos fundamentais, quer sejam de cultura geral, local ou regional, mas também os seus costumes e tradições, a sua história, aspecto em que o professor JCVM é especialista.

A par de outros vultos de grande valor académico que a região dispõe, entendo que o Professor Doutor JCVM é um investigador nato, que coloca, particularmente, toda a sua capacidade de trabalho ao serviço da Universidade onde lecciona e estende ainda a sua investigação a um âmbito mais alargado de conhecimento.

Os meus parabéns ao senhor Professor JCVM, pela sua competência e valor

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O ESCREVEDOR


O ESCREVEDOR, porque escrever é a minha grande paixão. Em prosa ou em verso. Escrever para mim é poder desabafar, dizer coisas, criar imagens... É isto que quero partilhar convosco, através deste blogue.